Qual o papel do petróleo no desenvolvimento de fontes de energias renováveis?

Transição Energética
ATUALIZADO EM outubro 2019

As pesquisas em energias renováveis começaram a ganhar força a partir da necessidade em produzir energia sem depender exclusivamente de fontes fósseis, como é o caso do petróleo. Hipoteticamente, se os países esgotarem as reservas existentes, o óleo não poderá ser reposto na natureza. Por isso, os governos mundiais têm se adaptado à demanda da população de consumir energia de forma mais limpa e sustentável e, consequentemente, há um constante crescimento de investimentos em pesquisas e desenvolvimento nesse setor.

As fontes renováveis de energia são recursos naturais como sol (energia solar), vento (energia eólica), água (energia hídrica ou hidroelétrica), da terra (geotérmica) e matéria orgânica animal ou vegetal (biomassa ou biocombustíveis).
Segundo dados divulgados pela ANP, cerca de 45% da energia e 18% dos combustíveis para transporte consumidos nacionalmente já são de fontes renováveis; dados que deixam o Brasil em posição de destaque frente à média mundial.

Energia eólica já é realidade

Empresas do setor de óleo e gás já têm dado os primeiros passos a caminho da ampliação do uso de energia de fontes renováveis. Torres de geração eólica – ou aerogeradores – já são realidade no solo do nordeste brasileiro e abastecem cerca de 10% da população brasileira, ou seja, aproximadamente 22 milhões de pessoas. Em um futuro próximo, o Brasil poderá contar com esses geradores também em alto-mar, ao lado de plataformas de petróleo já existentes.

Nosso país possui um dos maiores fatores de capacidade do mundo. Esse dado se refere ao índice que mede o grau de aproveitamento dos aerogeradores para produzir energia eólica. Com os geradores instalados no oceano, a capacidade nacional será ainda maior do que em terra. De acordo com estudo do Cerne (Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia), em terra, a capacidade dos aerogeradores fica em torno de 2 megawatts enquanto no mar, essa capacidade saltaria para 8 megawatts.

Energia solar ainda tem muito a crescer

Se a radiação solar no Brasil, é gigantesca – ficando atrás apenas da Austrália nesse quesito -, por que a produção de energia solar ainda não é amplamente utilizada?
A Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, estima que estamos 15 anos atrasados na geração de energia a partir dos raios solares. Porém, dados de janeiro de 2018 indicam que estamos no caminho certo. Ultrapassamos a marca recorde de 1 gigawatt de capacidade instalada em projetos de energia solar em operação, ou seja, atingiu a capacidade de abastecer 500 mil domicílios por ano. Apenas 30 países no mundo atingiram essa marca.

Biocombustíveis já se consolidaram no Brasil

O etanol, extraído da cana-de-açúcar e o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, já são amplamente utilizados em carros domésticos, ônibus e caminhões. Como combustível veicular, o biocombustível já corresponde a 28,6%. Já como fonte de energia, o etanol equivale a 17,7%, sendo a segunda mais usada no Brasil, perdendo para os derivados de petróleo (38%) e ficando à frente da energia hidráulica (14,1%).