Para a indústria de óleo e gás, segurança operacional é um requisito fundamental

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Todos os dias, as empresas de óleo e gás produzem 3,5 milhões de barris de petróleo e transportam 400 milhões de litros de combustíveis no Brasil. Apesar da alta complexidade de toda a operação, do fundo do mar ao posto perto de casa, é uma atividade que ocorre, há anos, sem acidentes de maiores proporções. A segurança operacional é um requisito fundamental para a indústria e os resultados positivos, e sem acidentes, comprovam isso. Os investimentos em tecnologia e treinamento são constantes e os padrões e procedimentos adotados, sempre muito rigorosos.

“Precisamos reforçar que o setor de óleo e gás no Brasil opera com regras e requisitos de segurança muito altos, às vezes em um padrão maior até do que os adotados no exterior. A indústria, na exploração e produção de petróleo e gás natural, trabalha com práticas de gestão de risco bastante rigorosas”, afirma o diretor executivo de Exploração e Produção do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Júlio César Moreira.

A segurança é tão importante que faz parte da cultura de todas as empresas, não se restringindo às operações. Nos ambientes administrativos – e até mesmo fora da corporação – as regras estão no dia a dia dos funcionários. Quem trabalha na indústria acaba incorporando esses hábitos às suas rotinas pessoais.

“As empresas investem muito para preparar e treinar os seus colaboradores, criando assim uma forte cultura para a prevenção e gestão de riscos. Os profissionais são treinados para se preocuparem com segurança desde o momento em que acordam pela manhã e fazem uso do transporte para o trabalho, até o retorno para sua família. Isso também é gestão de risco. E quando envolve a vida humana, o nível de exigência sobe ainda mais e somos muito mais rigorosos”, ressalta Moreira.

Gestão de Riscos na ‘Margem Equatorial’

Para que as empresas petroleiras possam operar em uma determinada região, seja na fase exploratória ou no desenvolvimento da produção, é preciso conduzir um processo de pesquisa geológica, onde poços exploratórios, conjugados a outros estudos, devem determinar se aquela área apresenta baixo, médio ou alto potencial para geração de valor, ou seja a descoberta de reservas comerciais de hidrocarbonetos.

A indústria de óleo e gás considera a área que se estende do litoral do Amapá, na Região Norte, até o Rio Grande do Norte, na Região Nordeste, conhecida como “Margem Equatorial”, como uma possível nova fronteira para a produção de hidrocarbonetos no país. O sucesso exploratório em países vizinhos, Guiana e Suriname, nos faz acreditar no alto potencial da ‘Margem Equatorial’.

“As práticas e procedimentos para gestão de riscos em projetos com as mesmas características serão adotadas também nesse projeto. O poço exploratório e de pesquisa visa identificar a presença de hidrocarbonetos, que, se confirmada, irá demandar novos estudos. A indústria está pronta para, junto com os agentes de governo, conduzir esses novos estudos permitindo um maior conhecimento da região”.

Gestão de Riscos – A integração de dados

O IBP também tem a intenção de conduzir uma discussão sobre a integração dos dados coletados por diferentes órgãos e empresas, públicos e privados, como Ministério do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marinha, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e universidades, para concentrá-los em um único hub, acessível a todos os agentes.

“Estamos interessados em desenvolver um projeto para consolidar e integrar todos esses dados numa grande plataforma que seja validada pelos diferentes agentes de governo para que, quando um projeto for desenvolvido, os dados estejam lá disponíveis, sejam eles primários, secundários ou de atividades já conduzidas nas regiões do território nacional que possuem atividades de exploração e produção de hidrocarbonetos”, conclui Moreira.