Do tanque às fibras que compõem os airbags

Petróleo
ATUALIZADO EM outubro 2019

A chave vira na ignição, o motor dá a partida e o carro começa a andar. Para muita gente, o papel do petróleo em um veículo se encerra aí, como uma fonte de combustível. O que você talvez não saiba é que diversos componentes fundamentais são produzidos a partir de outros derivados do petróleo, que estão presentes nas fibras dos airbags, nos cintos de segurança e em diversas peças que compõem a estrutura dos automóveis.

Materiais derivados do petróleo deixam os carros mais leves e econômicos

O peso é uma variável importante no consumo de combustível de um carro. Nesse sentido, o uso de componentes plásticos, extremamente leves quando comparados a outros materiais, é fundamental. Dados do American Chemistry Council (Conselho Americano de Química, em tradução livre) mostram que, atualmente, cerca de 50% do volume de um carro é plástico, mas que isso representa apenas cerca de 10% da massa total do veículo.

O que veículos mais leves significam para o consumidor? Além da economia de combustível, que beneficia individualmente cada motorista, o efeito cumulativo da redução das emissões em toda a frota contribui para a sustentabilidade. Para dar uma dimensão desse impacto, dados levantados pela EPA (Environmental Protection Agency, ou Agência de Proteção Ambiental, em tradução livre) mostram que houve uma redução de 73% nas emissões de CO2 e outros poluentes na atmosfera no período de 1970 a 2016, mesmo com crescimento de 190% na distância percorrida com automóveis nesse mesmo período nos EUA.

Cinto de segurança e airbags usam polímeros extremamente resistentes para salvar vidas

Além do combustível que fornece energia para o carro e do plástico que compõe boa parte de sua estrutura, o petróleo também ajuda a garantir a segurança dentro do veículo. Seus derivados estão presentes em duas tecnologias fundamentais para a proteção dos motoristas e passageiros: airbags e cintos de segurança.

O airbag foi patenteado nos Estados Unidos em 1953 e, nas décadas seguintes, foi se aprimorando para se tornar cada vez mais seguro e responsivo aos impactos. O reservatório do airbag, que infla rapidamente diante de um impacto ou redução brusca de velocidade, é feito de nylon, um polímero sintético derivado do petróleo. Os airbags precisam ser extremamente resistentes, tanto para proteger os passageiros, no caso de uma colisão, quanto para resistir ao processo de inflagem, que é resultado de uma reação química que libera nitrogênio gasoso em altíssima velocidade e pressão dentro do reservatório. Além da resistência, o nylon garante flexibilidade, fundamental já que o airbag fica armazenado de forma compacta dentro do volante.

Já o cinto de segurança, à exceção dos encaixes e fivelas, é feito de poliéster, uma fibra sintética durável, resistente e flexível, também derivada do petróleo e do gás natural. O uso do cinto é extremamente importante para reduzir os riscos de lesões graves e mortes em colisões de trânsito, mesmo em baixas velocidades. Como o peso varia de acordo com a velocidade, uma pessoa com 75kg atinge 600kg em uma colisão a meros 15km/h, de acordo com o CESVI (Centro de Experimentação e Segurança Viária). A 64km/h, essa mesma pessoa atingiria 3 toneladas. O papel do cinto de segurança, portanto, é impedir que áreas sensíveis do corpo, como a cabeça, tórax e abdômen, atinjam áreas duras do veículo, como o volante e o painel.